domingo, 7 de outubro de 2007

COMO TUDO COMEÇOU

Entre 1974 e 1976  buscava solitário concluir o ginásio supletivo no Colégio Embaixador Dias Carneiro localizado no Tanque,um bairro próximo. Na época inicio meus primeiros ensaios como escritor de poemas!
Na ocasião publico um pequeno livreto confeccionado manualmente, o que chamei de Poesia Experimental.
Gostava de escrever textos sobre o cotidiano de pessoas simples na sua relação com a sociedade. Poesia de protesto, contra o “estatus quo” dominante. Contra as injustiças sociais da época.
Os livretos com minhas poesias distribuía entre vizinhos na CDD e alguns amigos moradores de Del Castilho que conheci na Biblioteca Nacional. Fazia dos poemas a experiência de despertar reflexão, debate e se possível algum tipo de ação conseqüente relacionada com os temas propostos.

Em 1976 estava matriculado em um curso de formação de ator na escola de teatro Martins pena, no centro do Rio. Trabalhava em uma clinica radiológica na Rua do México. Frequentava o Museu Nacional de Belas Artes, o Teatro Municipal, a Sala Cecília Meireles, o Museu de Arte Moderna, no Aterro do Flamengo. Lia tudo sobre antropologia, educação, teatro, filosofia, sociologia, economia política. Jornais “Pasquim”, “Opinião” e Jornal do Brasil.

Tudo que lia, escutava e via, reproduzia em poesia!

Logo no inicio de 1976, proponho a formação de um grupo de produção cultural e de teatro.


A idéia surge numa conversa informal entre amigos e amigas.
Nádia, Geórgia, Adriana, Glória e Lenilda levaram a idéia para outras pessoas, e o grupo se amplia.
Depois vieram, O Pablo das Oliveiras (na época assinava seus desenhos e poesias como Pablito), Zélia, Camila, Paulo Caramenz, Cristina, Agnaldo e Benedito Malaquias.

Fizemos a escolha do nome GRUPO CULTURAL PROJETO usando o 
 brainstorming, uma técnica de diâmica de grupo.
A formação do GCP ocorre já com a proposta de se criar uma peça de teatro. Numa produção coletiva. O local dos primeiros ensaios foi o Centro Comunitário (um prédio anexo à sede local da CEHAB – Companhia Estadual de Habitação). Naquele mesmo local se reunia a Diretoria do Conselho de Moradores da Cidade de Deus, COMOCIDE.




No ano seguinte, objetivando o desenvolvimento de uma estratégia de captação de recursos para a formação de um fundo monetário o GCP aceita minha proposta de incluir a Revista Nós. A edição nº zero já tinha lançado com a Lenilda antes mesmo da criação do GCP.
O objetivo inicial da revista nunca fora alcançado, a quantia arrecadada adquirida por meio e assinatura, publicidade e investimentos particulares (doações) só dava para cobrir as despesas de reprodução.
No entanto, a revista acaba assumindo os mesmos objetivos do grupo: estabelecer intercâmbio com setores culturais da Cidade de Deus e de outros bairros; estimular os valores artísticos e culturais locais; estudo e pesquisa dos mesmos, etc.




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